João Almeida 13.º na prova de fundo dos Jogos Olímpicos



João Almeida 13.º na prova de fundo dos Jogos Olímpicos

O português João Almeida foi hoje o 13.º classificado na prova de fundo dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020, uma corrida de 234 quilómetros, ganha pelo equatoriano Richard Carapaz.

A prova, disputada de forma muito cerebral, premiou os corredores e as seleções que fizeram uma melhor gestão tática em detrimento daqueles que se mostraram mais voluntariosos.

Uma fuga, de bandeirada, juntou oito homens na frente. Chegaram a ter 20 minutos de vantagem, mas, com a passagem dos quilómetros, foram perdendo elementos e viram encolher a diferença para o pelotão, até serem absorvidos, 48 quilómetros antes do final da corrida.

As seleções da Bélgica e da Eslovénia destacaram-se na perseguição, a ritmo certo. A Itália tentou mexer com a corrida com acelerações em momentos fulcrais. Foram as movimentações transalpinas que mostraram a debilidade de algumas seleções, como a espanhola ou a francesa.

Nesta fase da corrida, os primeiros 200 quilómetros, João Almeida e Nelson Oliveira mantiveram-se sempre junto dos melhores. O bairradino teve um desempenho exemplar na proteção e na colocação do chefe-de-fila.

A primeira seleção mais séria aconteceu nas duras rampas de Mikuni. A 38 quilómetros da chegada, o recente vencedor do Tour, Tadej Pogačar, desferiu um poderoso ataque que dinamitou por completo o pelotão. João Almeida, numa primeira fase, conseguiu aguentar a pedalada dos mais fortes, mas acabaria por perder o contacto ainda antes do topo.

Na frente sucederam-se movimentações. Perante a falta de entendimento, o estadunidense Brandon McNulty atacou a 25 quilómetros da meta. O equatoriano Richard Carapaz tomou-lhe a roda e, rapidamente, instalou-se a convicção de que o título olímpico seria decidido entre os dois.

A 6 quilómetros da meta, instalada na terceira passagem pelo autódromo de Fuji, Carapaz aproveitou um último topo e isolou-se para vencer em solitário, com 6h05m26s. McNulty não aguentou e foi ultrapassado pelos perseguidores. No sprint pelas restantes medalhas, o belga Wout van Aert bateu o esloveno esloveno Tadej Pogačar, encabeçando o grupo que cortou a meta a 1m07s.

João Almeida chegou integrado no segundo grupo mais numeroso, estreando-se nos Jogos Olímpicos com a 13.ª posição na prova de fundo, a 3m38s. Depois de cumprida a missão laboriosa, Nelson Oliveira terminou no 41.º lugar, a 10m12s.

O selecionador nacional, José Poeira, ficou satisfeito com o desempenho dos dois corredores. "O Nelson fez um trabalho de excelência, durante toda a corrida. Trabalhou muito e deu excelentes indicações, porque só descolou já numa fase avançada da corrida. O João esteve perto de conseguir entrar na discussão do top 10, que era o objetivo. Considero que lhe faltou algum ritmo competitivo, porque, desde o Giro, teve muito poucas provas. Poderia não ter passado com os melhores por estar desatento ou por ter hesitado num momento-chave, mas não foi isso que aconteceu. Naquela altura de maior intensidade, após 200 quilómetros de corrida, não conseguiu mesmo fazer mais. Mas terminou num bom lugar, ainda por cima na estreia. É jovem e vai dar-nos muitas alegrias em próximas edições dos Jogos. O Nelson também começou a vir aos Jogos desde jovem e tem evoluído sempre", lembra José Poeira.

João Almeida corrobora as declarações do selecionador: "Faço um balanço positivo da minha estreia nos Jogos Olímpicos. Tive boas sensações e força, mas notou-se a falta de ritmo. Logo no início estive um pouco bloqueado, mas notou-se mais com o avançar da prova e com o acumular dos quilómetros. Tenho de agradecer ao Nelson Oliveira pelo imenso trabalho que fez, ajudando-me na hidratação, colocação e força anímica. Agora, há que recuperar para dar tudo no contrarrelógio".

 

2021-07-24 - 09:36:43

 


 

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