Afonso Eulálio veste-se de amarelo na Torre



Afonso Eulálio veste-se de amarelo na Torre

A serra da Estrela modificou por completo a classificação da Volta a Portugal, com o português Afonso Eulálio (ABTF Betão-Feirense) a assumir o comando da geral, depois de ser segundo no alto da Torre, apenas batido pelo campeão da Guatemala de fundo, Sergio Chumil (Burgos-BH), ao cabo dos 161,2 quilómetros disputados desde o Crato. 

A subida da Covilhã para a Torre começou de forma pouco convencional. A 15 quilómetros do topo, o pelotão principal ainda quase 30 elementos. Apesar disso, Mauricio Moreira (Sabgal-Anicolor) já perdia o contacto. Tentando explorar a fragilidade do uruguaio, Afonso Eulálio desferiu um primeiro ataque.

O camisola amarela à partida, Colin Stüssi (Team Vorarlberg), reagiu. Mas Eulálio não esteve pelos ajustes e atacou novamente, partindo em busca dos homens mais adiantados, aqueles que resistiam ainda vindos da fuga do dia. Passou por todos e apenas um aguentou a pedalada.



Sergio Chumil foi sempre na roda de Afonso Eulálio e sprintou para a vitória no alto da Torre, deixando o figueirense a três segundos. O grupo do camisola amarela e o próprio Stüssi passaram por momentos diferentes ao longo da subida, com o suíço a manter-se quase toda a escalada escondido no grupo, aparentando dificuldades.

Essa circunstância foi aproveitada por alguns homens para se adiantarem, um deles Jon Agirre (Equipo Kern Pharma), que seria o terceiro, a 20 segundos do vencedor da etapa. Depois de andar escondido, Colin Stüssi disparou nos últimos dois quilómetros, deixando para trás aqueles que eram os principais rivais à partida, António Carvalho (ABTF Betão-Feirense) e Luís Fernandes (Credibom-LA Alumínios-Marcos Car).

Colin Stüssi foi o oitavo do dia, a 1m35s do vencedor. Na geral caiu para a terceira posição. Uma classificação que até lhe é favorável, porque endossa parte da responsabilidade de controlar a corrida à equipa feirense, que tem Afonso Eulálio de amarelo, 14 segundos à frente do homem da Team Vorarlberg. Entre amvos, a 13 segundos da camisola amarela, está Jon Agirre. 

A natural dureza da subida à serra da Estrela foi antecipada por um início de etapa muito veloz - mais de 45 km/h de média ao fim de duas horas prova. Numa etapa de montanha é normal várias equipas quererem estar representadas na fuga do dia. Foram as contantes tentativas de estar na movimentação certa que aceleraram a corrida.

E dessa fase inicial da etapa saiu também desenhado um novo duelo que, por certo, veremos nas próximas jornadas: César Fonte (Rádio Popular-Paredes-Boavista) e Tiago Antunes (Efapel Cycling) são rivais na luta pela camisola da montanha. Mas a geral desta classificação foi marcada pelo lugar na meta e a camisola azul é pertença de Jon Agirre.

Jaume Guardeño (Caja Rural-Seguros RGA) reforçou o primeiro lugar entre os jovens e Nicolás Tivani (Aviludo-Louletano-Loulé Concelho) continua na frente na geral por pontos. Por equipas comanda a AP Hotels & Resorts-Tavira-SC Farense.

A quarta etapa, no domingo, prevê-se de emoções fortes. Tudo porque os 164,5 quilómetros que vão ligar o Sabugal à Guarda adivinham-se muito difíceis de controlar, sobretudo nos últimos 40 quilómetros.

Nessa fase da prova estão colocados quatro prémios de montanha, terreno propício para quem quiser atacar e mexer com a corrida. A meta coincide com uma subida de terceira categoria.


Fotos: Nuno Veiga/Lusa

 

2024-07-27 - 17:24:54

 


 

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